Ela
cuidava da casa...
Os filhos
maiores, já tinham uma certa independência ,7 e 9 anos, mas a menina de 10 meses ainda precisava de
atenção o tempo todo.
Numa
manhã, Lara acordou com o choro da criança querendo mamadeira, ela levanta se
dirige a cozinha e olha o relógio, quase 6:00 horas da manhã, tá bom pensou Lara, muitas
vezes Júlia acorda as 4:00 horas querendo mamar. Quando começa pegar os utensílios domésticos, ela sente algo
diferente,repentinamente se vê em frente a uma rua , esta se movimenta como uma
onda, que ameaça engoli-la, Lara não consegue se manter em pé, cai sentada e
não tem outra alternativa a não ser ficar imóvel e se deixar levar. Quando parou
o movimento, Lara calcula que "viajou" por um quarto de hora, olhou
para os lados e não reconheceu a cidade. Ao avistar uma moça que passava, pediu
informação. A moça percebendo a desorientação dela, ofereceu ajuda, mesmo não
sendo a dona da casa onde vivia, Lara sentindo o cheiro do pão no saco de pano,
logo aceitou o convite, juntas chegaram a casa do Sr. Vilas.
Foi
interrogada enquanto tomava café, e cada vez mais angustiada não conseguia
explicar o que estava acontecendo com ela.
Depois de comer foram caminhar pelo jardim da casa e
continuaram os três a conversar, o Senhor Vilas e sua esposa D. Helena, que
parecia bem moça, devia ter a mesma idade de Lara 33anos.
Lara começou a
perceber que suas vestes não eram como as dela, que pareciam fantasiados de
época, lembra da hora que chegou, as ruas não tem calçamento, mesmo assim a
cidade é bonita e limpa.
Ela só pensava
em fazer a mamadeira de Julia, e assim confusa, constata que não está fazendo
parte de uma peça teatral, assustada pergunta em que ano estão,Vilas e a mulher
deram algumas gargalhadas ,e responderam um pouco apreensivos, 1930, ela
sentou-se em um tronco no jardim, e não conseguiu dizer nada, só pensar ,sim estou
sonhando, só pode ser,_ mas porque não consigo acordar, mesmo estando ciente
dos meus compromissos de mãe e dona de casa? Eles a tiraram do transe ao
perguntar se gostaria de ficar e consultar um médico. _Temos um ótimo médico
da família, disse o Sr. Vilas.
Lara resolveu aceitar, mesmo pensado que precisava mesmo era
de um psiquiatra. D. Helena disse que o médico iria mesmo vir a sua casa hoje a
tardinha, para examinar o seu filho, que tem um problema sério. O menino tem 14
anos, não anda e não fala desde o dia em que caiu do cavalo.
Lara é muito espiritualizada, tem certa prática, e muito conhecimento da doutrina, então seu lado caridoso
a fez dizer com grande ímpeto _ quero muito conhecê-lo! D. Helena disse que ele vem a sala para almoçar, e logo
então, ela o veria.
Foi convidada a passar a noite ali, e
aceitou. Ao ser deixada no quarto de hóspedes ela só pensava nos filhos, que deveriam
estar precisando dela, Júlia esperando a
mamadeira, Antonio e João Pedro precisavam ir a escola e ela
é quem leva. Como estariam se virando? será que o pai ficaria em casa com eles?
e o pensamento voava longe.
Os donos da
casa tinham dois meninos e só um ia à escola, quando Lara soube ficou com muita
pena do mais velho.
No almoço,
servido com muita elegância e cerimônia, pode conhecer o menino doente, e perguntou o nome dele. _ É Antonio , disse a empregada. Lara levou um choque , o mesmo nome do seu filho do meio.
Que coincidência, pensou, mas logo corrigiu seu pensamento. _ Sei que coincidência
não existe, tudo tem um porque, falou em voz alta.
Antonio em
silêncio recebia comida na boca.
A esposa do Sr.
Vilas perguntou a Luisa, se Marcos tinha chego da escola. _ Sim senhora, ele
está se trocando. D. Helena, disse que ele chega um pouquinho mais tarde, porque
a escola fica a 15 km dali, em uma cidade chamada Oslan. Lara quase derrubou o
prato, deixou os talheres caírem sobre este com força, pediu desculpas e saiu
correndo para o quarto, teve vontade de vomitar, mas logo começou a raciocinar e
pensar, pensar...o pensamento corria de um lado para outro, _ Meu Deus o que
está acontecendo, como posso estar tão perto de casa e ao mesmo tempo tão
longe? Começou a chorar, e D. Helena ao ouvir veio ao seu encontro, pediu para
entrar, ela acenou com a cabeça afirmativamente, conversaram e Lara explicou
que a cidade de onde veio, tem esse mesmo nome, a dona da casa descreveu a
cidade, e Lara disse que não é nem parecida com a dela.
Continuou no
quarto a tarde toda até que alguém bateu chamando para receber o médico.
O Dr.
examinou-a, deu-lhe algum tipo de calmante e pediu que repousasse, disse que em
alguns dias viria vê-la novamente. Lara perguntou: _E o Antonio Dr.? O que
mesmo ele tem? O médico se voltou, sentou novamente e disse que o menino
fraturou a coluna de leve, mas que isso o condenava a viver assim para sempre. _ E por que não fala? _Bem, isso eu não sei responder.
Após o jantar todos se recolheram.
Antes de fechar a porta
Lara pode ver a mãe falando com o filho doente, mas não ouviu o que dizia, então
deitou, fez suas orações, pediu a Deus que voltasse a razão e adormeceu rápido, o
remédio fez logo efeito.
No meio da noite, ela se vira, se bate muito
na cama, e o sonho lhe diz _ Lara ajude essa família, ajude seu filho, cumpra
sua missão!
Acorda de repente com uns gritos que vem do quarto do
Antonio, ela corre pra lá, e antes de chegar vê um vulto saindo do quarto dele.
Lara e a mãe chegam juntas e acalmam o
menino que estava aterrorizado.
De volta ao quarto ela pensou, se ele pode gritar, então
também deverá poder falar...
Não conseguiu
mais dormir o resto da noite, quando
clareou o dia, foi pra perto das duas janelas, uma do lado da outra, grandes,
iam quase até o chão, muito lindas! Olhando o jardim e pensando em tudo que
havia acontecido essa noite.
E na próxima
noite os acontecimentos se repetiram.
Ela então pensou
em fazer algo pelo menino, levou-o passear na cadeira pelo jardim, fez-lhe
algumas perguntas entre elas, quem era aquele vulto no quarto dele, ele ficou
muito espantado, querendo explicar mas não conseguia falar. Ela se lembrou de
alguns exercícios faciais, que viu na tv e na internet. _Ah se eu tivesse o
google. Mesmo sem ter onde pesquisar, Lara começou uma espécie de brincadeira
com ele, fazendo caretas e mexendo com a língua, ele tentava imitá-la, essa era
a ideia, ele estava entendendo...
Já se passaram 5
dias e as noites idênticas, com Antonio
gritando, mas essa noite outra mensagem lhe foi passada e ao acordar ela
lembrou que diziam: _ Lara, seja rápida, haja por todos os ângulos de uma vez
só.
Na hora do café
ela pensou em fazer uma espécie de fisioterapia nas pernas dele, falou com a mãe que lhe disse que se não
o fizesse sofrer e não o machucasse podia tentar. Lara diz que pode ajudar sim,
que já viu muitas pessoas se reabilitarem ao se exercitar. E naquele dia mesmo começaram as duas a mexer com as pernas
e os braços de Antonio, na cama. Em poucos dias ele já estava comendo sozinho,
e com muito esforço levantava um palmo as pernas.
O progresso do
corpo era visível, mas o que acontecia invisivelmente continuava a amedrontá-lo, então ela lembrou do evangelho no lar, convidou a todos para uma reunião de
oração a noite, todos aceitaram pois eram muito religiosos, e assim uniram suas
forças no bem. Lara improvisava palestras de livros que muito já leu, além das
orações que todos conhecem. Assim juntos conseguiram que esse vulto
desfigurado, segundo Antonio que agora já conseguia pronunciar várias palavras e se comunicar
razoavelmente, partisse para algum lugar a ser também tratado.
Ele melhorava a
olhos vistos, um dia de sol fizemos um piquenique no jardim com bolo e limonada, de repente tiveram a
grande surpresa, ele estava andando,...abraçou a mãe, abraçou Lara e os três choraram emocionados. Lara segurando as mãos dele disse: _ Antonio, não perca
mais tempo, agradeça a Deus e siga sua vida sem medo, enfrente o que vier, com
fé e esperança.
Naquele dia
dormiram muito tarde, era muita emoção, muito pra falarem, para entenderem e
muito a agradecer a Deus, agradeceram a Lara por tudo o que aprenderam,e Lara
fez o mesmo, dizendo que foi um presente ajudar Antonio.
Deitada Lara orou
e adormeceu...
Foi despertada
pela nenê que queria mamar, olhou no relógio, 5:50 horas e quando viu, estavam no
seu quarto os outros dois filhos,
Antonio abraçando-a
disse _ obrigada mãe!
Ela meio confusa perguntou _ pelo que?
_ por me amar!
Eles se abraçaram, e ele disse que teve um sonho
emocionante.